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April 21, 2025
<p>Debate no léxico político português remete para muito mais do que uma simples troca de argumentos ou de ideias. Para muitos, significa confronto, combate, no qual tem de haver vencedores e vencidos. Algumas televisões trataram de dar esse colorido da batalha aos debates com pontuações dos seus comentadores. Pelo meio, esperam-se também momentos de génio que ficam lendários, como o célebre “olhe que não, olhe que não” de Álvaro Cunhal a Mário Soares, 19 dias antes do 25 de Novembro de 1975. Mas, apesar do contexto tenso, será que o clima dos frente-a-frente entre os dirigentes dos partidos está a reflectir a crispação que vimos, por exemplo, na assembleia da república com as moções de censura e de confiança?</p> <p>Depois da tarde do dia 12 de Março, a data em que o Governo cai, suspeitava-se que a campanha estaria indelevelmente contaminada pela propensão dos políticos para o conflito, quando não para o insulto. O pano de fundo da Spinunviva extravasava o tradicional debate entre Governo e oposições sobre temas como a Saúde ou a Habitação: entrara no domínio no património pessoal e familiar do primeiro-ministro e da sua ética. Ou seja, temas potencialmente incendiários tinham deixado de ser exclusivos dos partidos mais radicais e tinham-se instalado no coração do bloco central.</p> <p>Nada garante, no entanto, que as piores previsões se tenham confirmado. Os debates têm decorrido com serenidade. Com excepção de André Ventura, regras básicas da civilidade e o respeito pelo direito dos cidadãos ao esclarecimento têm sido cumpridas. Mais do que apenas os soundbites, a troca de opiniões tem reflectido as preocupações do nosso tempo, o que obrigou a discutir temas como a Defesa ou as tarifas de Donald Trump. Há neste caminho um aplauso para os jornalistas que fazem perguntas, mas também para os representantes dos partidos que lhes respondem. As audiências vão quase de certeza ficar longe dos 17,5 milhões de telespectadores do ano passado, mas mostram que entre os cidadãos há ainda interesse e preocupação com a política.</p> <p>O que ganha a democracia com esta civilidade e respeito? O que corre bem e o que podia correr melhor? Que partidos ficam a ganhar com o tom da pré-campanha? O que sabemos sobre a sensibilidade dos eleitores perante a crispação ou face ao debate civilizado? Convidámos para este episódio Filipe Teles, cientista político, Doutorado em Ciências Políticas e membro da Unidade de Investigação em Governança, Competitividade e Políticas Públicas e professor no Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da Universidade de Aveiro.</p><p>See <a href="https://omnystudio.com/listener">omnystudio.com/listener</a> for privacy information.</p>
April 17, 2025
<p>O som que começamos a ouvir neste episódio do P24 é de uma campanha contra a violência sexual na infância e juventude que foi para o ar há dois anos. Desde então até aos nossos dias, o que era um facto preocupante, tornou-se uma ferida aberta na sociedade. Que exige outras respostas por parte dos agentes policiais, dos tribunais, do Governo e de todos nós: os crimes sexuais contra crianças e jovens cresceram 46% entre 2022 e 2024, para um total de mais de 5100 crimes em três anos, segundo os dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. </p> <p>Vale a pena perceber do que estamos a falar. Não porque o entendimento das causas deste problema nos sirva para o relativizar. Pelo contrário. Quando se sabe que o pai ou mãe assumem papel de agressores em 38,3% dos casos relatados, sobra a sensação de que os crimes que nos chegam ao conhecimento podem ser uma pequena parte da realidade. As paredes e a reserva da vida privada podem esconder outra parte. O receio e a impossibilidade de entrar na intimidade das famílias pode de alguma forma facilitar a multiplicação da violência sexual e a impunidade dos criminosos.</p> <p>Mas há outras zonas em que talvez haja mais margem para inverter as tendências de multiplicação destes crimes. É neste ponto em concreto que se colocam as propostas para proibir telemóveis nas escolas para jovens com menos de 12 anos. Ou a petição entregue no Parlamento que quer impedir o acesso às redes sociais por menores de 16 anos. Há outros argumentos para apoiar os que defendem estas medidas, mas poucos serão tão poderosos como os que consideram o telemóvel e as redes sociais como ferramentas que multiplicam a violência sexual: as <a href="https://www.publico.pt/2025/03/27/sociedade/noticia/tres-jovens-detidos-loures-suspeita-violarem-adolescente-filmarem-divulgarem-redes-sociais-2127521">partilhas</a> online de conteúdos relacionados com o abuso sexual de menores passaram de 1356 casos em 2022 para 1988 no ano passado.</p> <p>Este retrato alarmante da APAV vai ao encontro das conclusões do relatório de segurança interna, o RASI. Neste documento oficial, os abusos aumentaram 38%, as violações 20,7% e a pornografia de menores 13,8%. Todos os anos haverá em Portugal 77 vítimas menores abusadas sexualmente.</p> <p>Saber o que fazer para se travar esta tendência é crucial. Para protegermos as nossas crianças e jovens. E para acreditarmos numa sociedade fundada em valores, capaz de se mobilizar no combate a este género de crimes particularmente intoleráveis. E também em estratégias que garantam o cuidado e a assistência às vítimas. Tarefas exigentes, mas indispensáveis, sobre a qual quisemos falar com Margarida Gaspar de Matos, que é Licenciada em Psicologia, especializada em Psicoterapia cognitivo-comportamental, doutorada em Motricidade Humana e Professora Catedrática na Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa.</p><p>See <a href="https://omnystudio.com/listener">omnystudio.com/listener</a> for privacy information.</p>
April 16, 2025
<p>O debate desta segunda-feira entre Rui Rocha e Luís Montenegro é um excelente exemplo da divisão dos partidos sobre o futuro do Serviço Nacional de Saúde, o SNS. O presente é, bem se sabe, difícil e o que vem a seguir tão incerto que é natural que os partidos se dividam sobre as terapias para o proteger. No geral, a direita segue os trilhos da receita liberal que confere à qualidade de gestão, à concorrência e à eficiência o poder de manter o SNS em ordem; à esquerda, a concessão de serviços aos privados ou, como pretende a Iniciativa Liberal, a criação de vários subsistemas privados que concorrem entre si na prestação de serviços, é o fim do serviço universal e tendencialmente gratuito que os portugueses aprovam em todos estudos de opinião.</p> <p>Na oposição entre soluções, obedece-se a guiões ideológicos ou a concepções de sociedade, mas tenta-se antes de mais encontrar solução para um problema crescente: o SNS está em dificuldades, ainda que por vezes essas dificuldades sejam mais percepções do que realidade. O problema não é só dinheiro – este ano o Estado vai gastar 17 mil milhões de euros no seu financiamento. Nem apenas falta de médicos - 5,8 médicos por mil habitantes, o que compara bem com a média da União Europeia, embora neste rácio entrem os reformados e não se atenda à carência de alguns especialistas, por exemplo em obstetrícia.</p> <p>Seja como for, em Portugal a população residente aumentou e envelheceu. Os problemas são novos e maiores. Há mais de um milhão e meio de pessoas sem médico de família e se a produtividade do SNS cresceu, tem cada vez mais dificuldade em responder à procura. Sem médicos de família, resta para muitos ir às urgências e é por isso que 40% dos atendimentos nas urgências são de casos… não urgentes. Pior ainda, a acrescer à enorme despesa do estado no SNS, as famílias pagam quase 30% da despesa total com cuidados de saúde, uma das mais elevadas percentagens dos países da União Europeia e da OCDE. Para se tentarem proteger das dificuldades, reais ou percebidas, do SNS, quatro milhões de pessoas têm seguros de saúde.</p> <p>Saber se o SNS entra nos eixos e é capaz de responder à enorme expectativa que os portugueses têm sobre os seus serviços é, por isso, uma questão política de primeira importância. As fragilidades do sistema são agora atribuídas à AD como há um ano eram ao PS, mas os debates em curso têm o mérito de nos chamar a atenção para os problemas e para eventuais soluções.</p> <p>O P24 entra nesse esforço de esclarecimento e convidou para o episódio de hoje Pedro Pita Barros, um dos mais reputados especialistas portugueses em economia da Saúde. Pedro Pita Barros é professor da Nova School of Economics.</p><p>See <a href="https://omnystudio.com/listener">omnystudio.com/listener</a> for privacy information.</p>
Paulo Baldaia
Expresso
SIC Notícias
Daniel Oliveira
Observador
SIC Notícias
SIC Notícias
Expresso
José Maria Pimentel
SIC Notícias
João Vieira Pereira e João Silvestre
Juliana Simões
Rádio Observador
Rui Ramos e João Miguel Tavares
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